segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Mountain-Bike » Programa de Treinamento

O objetivo desta dica é servir como uma orientação aos ciclistas que desejem ingressar no mundo do mountain-bike competitivo. Ressaltamos que apesar da existência deste mini-guia continua sendo importante uma avaliação completa e detalhada dos objetivos e capacidades de cada biker, sendo para tanto necessária a participação de profissionais de educação física. O acompanhamento especializado tem a vantagem de poder expandir ao máximo a performance do atleta, por permitir um conhecimento mais detalhado de seus potenciais.
Dividimos os MTBikers em quatro categorias. Leia atentamente o que caracteriza cada uma e procure a que melhor corresponde a seu estágio de preparação atual:
Iniciante: Aquele que anda pouco ou muito pouco de bicicleta (até 2 horas semanais) e não costuma enfrentar subidas longas;
Iniciado A: Aquele que anda regularmente, de 2 a 5 horas semanais mas não costuma entrar em competições;
Iniciado B: Aquele que compete esporadicamente e anda de 5 a 10 horas semanais;
Iniciado C: Aquele que está acostumado às competições, treinando mais de 10 horas por semana

Treinos Recomendados (por semana):

Iniciante
Três passeios de 1 hora, no plano, girando bastante o pedal e sem forçar o ritmo. Alongamento seis dias por semana. Nos dias de treino, nos primeiros quinze minutos tem-se o aquecimento e a fase de concentração; nos últimos dez minutos, o relaxamento. Pedalar bem leve nestas partes do treino.

Iniciado A:
Três passeios de 1 hora no plano em ritmo leve, mais um passeio maior, com subidas e descidas, de 2 horas. Alongamento seis dias por semana, e nos dias de treino, antes e depois dos exercícios. Nos treinos, nos primeiros quinze minutos tem-se o aquecimento e a fase de concentração; nos últimos dez minutos, o relaxamento. Pedalar bem leve nestas partes do treino.

Iniciado B:
Dias da Semana:
Dia 1: OFF - descanso.
Dia 2: Oxigenação - 30 km plano, ritmo leve para médio, girando bem.
Dia 3: Intervalado - 40 km plano, ritmo intervalado, alternando uma série de seis exercícios do tipo 2 minutos com ritmo forte e 3 minutos de recuperação ativa (continuar pedalando no giro).
Dia 4: Treino técnico - 20 km em trilhas ou 30 km no asfalto em subidas e descidas em ritmo médio.
Dia 5: OFF - descanso
Dia 6: Recuperação - 20 km no plano, ritmo leve, girando bem.
Dia 7: Distância - 50 km com subidas e descidas, ritmo de médio para pesado.
Dias 2 a 7: alongamento antes e depois do treino. Nos primeiros quinze minutos tem-se o aquecimento e a fase de concentração; nos últimos dez minutos, o relaxamento. Pedalar bem leve nestas partes do treino.
Total da Semana: aproximadamente 170km, com 9 horas de ciclismo semanais.

Iniciado C:
Dias da Semana:
Dia 1: OFF - descanso.
Dia 2: Oxigenação - 40 km plano, ritmo médio, girando bem.
Dia 3: Distância - 50km de subidas e descidas, ritmo médio.
Dia 4: Intervalado - 40 km plano, ritmo intervalado, alternando duas série de quatro exercícios do tipo 2 minutos com ritmo forte e 3 minutos de recuperação ativa (continuar pedalando no giro); com 10 minutos de recuperação ativa entre as séries.
Dia 5: Treino técnico - 30 km em trilhas ou 40 km no asfalto em subidas e descidas. Ritmo de médio para pesado.
Dia 6: Recuperação - 30 km no plano, ritmo leve, girando bem.
Dia 7: Distância - 60 km com subidas e descidas, ritmo de médio para pesado.
Todos os dias: alongamento antes e depois do treino. Nos primeiros quinze minutos tem-se o aquecimento e a fase de concentração; nos últimos dez minutos, o relaxamento. Pedalar bem leve nestas partes do treino.
Total da Semana: aproximadamente 260km, com 14 horas de ciclismo semanais.


fonte: Alexandre Beloussier Cerchiaro
Preparador físico AFC
trilhaseaventuras.com.br

domingo, 4 de novembro de 2007

Rapa Nui - Uma pequena ilha ensina uma grande lição

Em anos recentes, a ciência começou a entender não só o mistério dos moai, mas também o enigma sobre o que causou o colapso da próspera civilização que os construiu. O interessante é que os fatos descobertos não têm apenas valor histórico. Segundo a Encyclopædia Britannica, eles dão "uma lição importante para o mundo moderno".
A lição tem a ver com o uso da Terra e dos seus recursos naturais. É claro que a Terra é muito mais complexa e biologicamente diversificada do que uma ilha, mas isso não quer dizer que devamos ignorar a lição de Rapa Nui. Vamos, então, analisar alguns pontos altos da História dessa ilha. Por volta de 400 EC, as primeiras famílias de colonizadores chegaram de canoa. As únicas testemunhas disso foram as centenas de aves aquáticas que voavam em círculos sobre a ilha.
Uma ilha paradisíaca
A ilha não tinha uma grande variedade de plantas, mas era rica em florestas com árvores como palmeiras, hauhaus e toromiros, além de arbustos, ervas, samambaias e grama. Havia pelo menos seis espécies de pássaros terrestres nessa terra remota, incluindo corujas, garças, saracuras e papagaios. Rapa Nui era também "a mais rica área de reprodução de aves marinhas da Polinésia e provavelmente de todo o Pacífico", diz a revista Discover.
Os colonizadores provavelmente trouxeram para a ilha galinhas e ratazanas comestíveis, que eles consideravam uma iguaria. Também trouxeram plantas como inhame, inhame-da-china, batata-doce, banana e cana-de-açúcar. O solo era bom, de modo que eles começaram imediatamente a limpar a terra e a plantar, um processo que continuou à medida que a população crescia. Mas em Rapa Nui tanto a área para plantio como o número de árvores era limitado, apesar da boa cobertura florestal da ilha.
A História de Rapa Nui
O que sabemos sobre a História de Rapa Nui se baseia principalmente em três campos de pesquisa: análise de pólen, arqueologia e paleontologia. Para fazer a análise de pólen, tiram-se amostras dos sedimentos de lagos e pântanos. Essas amostras revelam a variedade e a quantidade de plantas em períodos de centenas de anos. Quanto mais profundamente a amostra de pólen for encontrada entre os sedimentos, mais antigo será o período que ela representa.
A arqueologia e a paleontologia se concentram em coisas como casas, utensílios, os moai e os restos de animais usados como alimento. Visto que os registros dos rapa nui são hieróglifos difíceis de decifrar, as datas antes do contato com os europeus são aproximadas e muitas suposições não podem ser comprovadas. Além disso, certos fatos descritos abaixo podem coincidir com períodos adjacentes. Todas as datas em negrito são da Era Comum.
400: chegam entre 20 e 50 colonizadores polinésios, provavelmente em catamarãs com 15 metros ou mais de comprimento, capazes de transportar mais de 8 toneladas cada um.
800: diminui a quantidade de pólen nos sedimentos, sugerindo o início do desmatamento. Aumenta a quantidade de pólen de grama, à medida que as gramíneas se espalham por áreas desmatadas.
900-1300: descobriram-se muitos ossos de animais que são caçados para consumo humano durante este período. Cerca de um terço desses ossos são de golfinho. Para trazer golfinhos do alto-mar, os ilhéus utilizam enormes canoas feitas do tronco de grandes palmeiras. Das árvores se extrai também a matéria-prima para os equipamentos usados para transportar e erguer os moai, cuja construção está agora em pleno andamento. A expansão da agricultura e a necessidade de lenha fazem com que as florestas continuem diminuindo.
1200-1500: auge da construção de estátuas. Os rapa nui gastam muitos recursos para fazer os moai e as plataformas cerimoniais sobre as quais esses são colocados. A arqueóloga Jo Anne van Tilburg escreve: "A estrutura social dos rapa nui incentivava enfaticamente a produção de mais e maiores estátuas." Ela acrescenta que "aproximadamente 1.000 estátuas foram produzidas ao longo de uns 800 a 1.300 anos . . ., uma para cada sete a nove pessoas se levarmos em conta a população máxima estimada".
Aparentemente, os moai não eram adorados, embora desempenhassem um papel nos ritos fúnebres e agrícolas. Talvez tenham sido encarados como moradas dos espíritos. Parece que simbolizavam também o poder, o status e a genealogia dos construtores.
1400-1600: a população chega ao máximo — entre 7.000 e 9.000 pessoas. Desaparecem os últimos trechos de floresta, em parte devido à extinção das aves nativas, que polinizavam as árvores e espalhavam as sementes. "Toda espécie de ave terrestre nativa se extinguiu, sem exceção", diz Discover. As ratazanas também contribuíram para o desmatamento, pois há indícios de que comiam as sementes das palmeiras.
A erosão logo se espalha, os riachos começam a secar e a água se torna escassa. A partir de 1500, mais ou menos, não se encontram mais ossos de golfinho, possivelmente porque não havia mais árvores grandes o suficiente para a construção de canoas para navegação em alto-mar. Acabam as chances de fugir da ilha. As pessoas, desesperadas por comida, acabam dizimando as aves aquáticas. Comem mais galinha.
1600-1722: a ausência de árvores, o uso intensivo da terra e a degradação do solo contribuem para safras cada vez menores. Há fome em larga escala. Os rapa nui se dividem em duas confederações rivais. Aparecem os primeiros sinais de caos social, possivelmente até de canibalismo. É a era dos guerreiros. As pessoas passam a viver em cavernas para se proteger. Por volta de 1700, a população cai para aproximadamente 2.000.
1722: o explorador holandês Jacob Roggeveen é o primeiro europeu a descobrir a ilha. Isso ocorre na Páscoa, de modo que ele a chama de Ilha da Páscoa. Ele registrou sua primeira impressão: "A única impressão que se tem da aparência devastada [da Ilha da Páscoa] é de extraordinária pobreza e aridez."
1770: por volta dessa época, clãs rivais dos rapa nui que restam começam a derrubar as estátuas uns dos outros. Quando o explorador britânico capitão James Cook visita a ilha em 1774, encontra muitas estátuas tombadas.
1804-63: aumenta o contato com outras civilizações. A escravidão, agora comum no Pacífico, e as doenças ceifam muitas vidas. A cultura tradicional dos rapa nui praticamente cessa.
1864: todos os moai estão tombados; muitos foram deliberadamente decapitados.
1872: só restam 111 nativos na ilha.
Rapa Nui se tornou uma província do Chile em 1888. Atualmente, a população mista da ilha é de cerca de 2.100 pessoas. O Chile declarou a ilha inteira um monumento histórico. A fim de preservar as características e a História ímpares dos rapa nui, muitas estátuas foram reerguidas.
Que lição aprendemos?
Por que os rapa nui não viram o que ia acontecer e não tentaram evitar o desastre? Note os comentários de vários pesquisadores sobre a situação.
"A floresta . . . não desapareceu simplesmente da noite para o dia — ela foi diminuindo aos poucos, no decorrer de décadas. . . . Se um dos ilhéus tentasse avisar sobre os perigos do desmatamento progressivo, os interesses escusos de entalhadores, burocratas e chefes o silenciariam." — Discover.
"O preço que pagaram pelo modo como decidiram expressar suas idéias espirituais e políticas foi uma ilha que se tornou, em muitos sentidos, apenas uma sombra de sua forma natural anterior." — Easter Island—Archaeology, Ecology, and Culture (Ilha da Páscoa: Arqueologia, Ecologia e Cultura).
"O que aconteceu aos rapa nui sugere que o crescimento descontrolado e o impulso de manipular o meio ambiente além dos limites não são características apenas do mundo industrializado; fazem parte da natureza humana." — National Geographic.
O que acontecerá se não houver uma mudança na chamada natureza humana? Qual será o resultado se a humanidade continuar impondo à Terra — nossa ilha no espaço — um modo de vida ecologicamente insustentável? Segundo certo escritor, nós temos uma grande vantagem sobre os rapa nui. Temos os exemplos das "histórias de outras sociedades arruinadas".
Mas podemos perguntar: Será que a humanidade está prestando atenção a essas histórias? Em vista do desmatamento descontrolado e da contínua e rápida extinção de seres vivos na Terra, aparentemente não. No Zoo Book, Linda Koebner escreve: "A eliminação de uma, duas ou cinqüenta espécies terá efeitos imprevisíveis. A extinção causa mudanças antes mesmo de entendermos as conseqüências."
O livro Easter Island—Earth Island (Ilha da Páscoa — Ilha-Terra) traz este comentário significativo: "A pessoa que derrubou a última árvore [em Rapa Nui] sabia que aquela era a última. Mas mesmo assim a derrubou."
fonte: Revista "Despertai"

domingo, 30 de setembro de 2007

Trekking » Princípios de Conduta Consciente em Ambientes Naturais

1. Planejamento é Fundamental
Entre em contato prévio com a administração da área que você vai visitar para tomar conhecimento dos regulamento e restrições existentes.
Informe-se sobre as condições climáticas do local e consulte a previsão do tempo antes de qualquer atividade em ambientes naturais.
Viaje em grupos pequenos de até 10 pessoas. Grupos menores se harmonizam melhor com a natureza e causam menos impacto.
Evite viajar para áreas populares durante feriados prolongados e férias.
Certifique-se de que você possui uma forma de acondicionar seu lixo (sacos plásticos), para trazê-lo de volta.
Escolha as atividades que você vai realizar na sua visita conforme o seu condicionamento físico e seu nível de experiência.
2. Você é responsável por sua segurança
O salvamento em ambientes naturais é caro e complexo, podendo levar dias e causar grandes danos ao ambiente. Portanto, em primeiro lugar, não se arrisque sem necessidade.
Calcule o tempo total que passará viajando e deixe um roteiro de viagem com alguém de confiança, com instruções para acionar o resgate, se necessário.
Avise a administração da área que você está visitando sobre: sua experiência, o tamanho do grupo, o equipamento que vocês estão levando, o roteiro e a data esperada de retorno. Estas informações facilitarão o seu resgate em caso de acidente.
Aprenda as técnicas básicas de segurança, como navegação (como usar um mapa e uma bússola) e primeiros socorros. Para tanto, procure os clubes excursionistas, escolas de escalada, etc.
Tenha certeza de que você dispõe do equipamento apropriado para cada situação. Acidentes e agressões à natureza em grande parte são causados por improvisações e uso inadequado de equipamentos. Leve sempre lanterna, agasalho, capa de chuva e um estojo de primeiros socorros, alimento e água, mesmo em atividades com apenas um dia ou poucas horas de duração.
Caso você não tenha experiência em atividades recreativas em ambientes naturais, entre em contato com centros excursionistas, empresas de ecoturismo ou condutores de visitantes. Visitantes inexperientes podem causar impactos sem perceber e correr riscos desnecessários.
3. Cuide das trilhas e dos locais de acampamento
Mantenha-se nas trilhas pré-determinadas - não use atalhos que cortem caminhos. Os atalhos favorecem a erosão e a destruição das raízes e plantas inteiras.
Mantenha-se na trilha mesmo se ela estiver molhada, lamacenta ou escorregadia. A dificuldade das trilhas faz parte do desafio de vivenciar a natureza. Se você contorna a parte danificada de uma trilha, o estrago se tornará maior no futuro.
Acampando, evite áreas frágeis que levarão um longo tempo para se recuperar após o impacto.
Acampe somente em locais pré-estabelecidos, quando existirem.
Acampe a pelo menos 60 metros de qualquer fonte de água.
Não cave valetas ao redor das barracas, escolha melhor o local e use um plástico sob a barraca.
Bons locais de acampamento são encontrados, não construídos. Não corte nem arranque a vegetação, nem remova pedras ao acampar.
4. Traga seu lixo de volta
Se você puder levar uma embalagem cheia para um ambiente natural, pode trazê-la vazia na volta.
Ao percorrer uma trilha, ou sair de uma área de acampamento, certifique-se de que elas permaneçam como se ninguém houvesse passado por ali. Remova todas asevidências de sua passagem. Não deixe rastros!
Não queime nem enterre o lixo. As embalagens podem não queimar completamente, e animais podem cavar até o lixo e espalhá-lo. Traga todo o seu lixo de volta com você.
Utilize as instalações sanitárias que existirem. Caso não haja instalações sanitárias (banheiros) na área, cave um buraco com quinze centímetros de profundidade a pelo menos 60 metros de qualquer fonte de água, trilhas ou locais de acampamento, em local onde não seja necessário remover a vegetação.
5. Deixe cada coisa em seu lugar
Não construa qualquer tipo de estrutura, como bancos, mesas, pontes etc. Não quebre ou corte galhos de árvores, mesmo que estejam mortas ou tombadas, pois podem estar servindo de abrigo para aves ou outros animais.
Resista à tentação de levar "lembranças" para casa. Deixe pedras, artefatos, flores, conchas etc. onde você os encontrou, para que outros também possam apreciá-los.
Tire apenas fotografias, deixe apenas leves pegadas, e leve para casas apenas suas memórias.
6. Não faça fogueiras
Fogueiras matam o solo, enfeiam os locais de acampamento e representam uma grande causa de incêndios florestais.
Para cozinhar, utilize um fogareiro próprio para acampamento. Os fogareiros modernos são leves e fáceis de usar. Cozinhar com um fogareiro é muito mais rápido e prático que acender uma fogueira.
Para iluminar o acampamento, utilize um lampião ou uma lanterna em vez de uma fogueira.
Se você realmente precisa acender uma fogueira, utilize locais previamente estabelecidos, e somente se as normas da área permitirem.
Mantenha o fogo pequeno, utilizando apenas madeira morta encontrada no chão.
Tenha absoluta certeza de que sua fogueira está completamente apagada antes de abandonar a área.
7. Respeite os animais e as plantas
Observe os animais a distância. A proximidade pode ser interpretada como uma ameaça e provocar um ataque, mesmo de pequenos animais. Além disso, animais silvestres podem transmitir doenças graves.
Não alimente animais. Os animais podem acabar se acostumando com comida humana e passar a invadir os acampamentos em busca de alimento, danificando barracas, mochilas e outros acampamentos.
Não retire flores e plantas silvestres. Aprecie sua beleza no local, sem agredir a natureza e dando a mesma oportunidade a outros visitantes.
8. Seja cortês com outros visitantes
Ande e acampe em silêncio, preservando a tranqüilidade e a sensação de harmonia que a natureza oferece. Deixe rádios e instrumentos sonoros em casa.
Deixe os animais domésticos em casa. Caso traga o seu animal com você, mantenha-o controlado todo o tempo, incluindo evitar latidos ou outros ruídos. As fezes dos animais devem ser tratadas da mesma maneira que as humanas. Elas também estão sob sua responsabilidade. Muitas áreas não permitem a entrada de animais domésticos, verifique com antecedência.
Cores fortes, como branco, azul, vermelho ou amarelo, devem ser evitadas, pois podem ser vistas a quilômetros de distância e quebram a harmonia dos ambientes naturais. Use roupas e equipamentos de cores neutras, para evitar a poluição visual em locais muito freqüentados.
Colabore com a educação de outros visitantes, transmitindo os princípios de mínimo impacto sempre que houver oportunidade.

Fonte: Folheto editado pela Secretaria de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente - Diretoria do Programa Nacional de Áreas Protegidas, em dezembro de 2000, com a colaboração técnica do Centro Excursionista Universitário e apoio financeiro da embaixada dos Países Baixos. Esse folheto representa a mais recente iniciativa no sentido de sistematizar um conjunto de princípios sobre o mínimo impacto adequado à realidade brasileira. Também representa o engajamento de um órgão oficial na busca de uma mudança de atitude em relação ao uso público de áreas naturais e de unidades de conservação como os Parques Nacionais. As principais referências utilizadas foram o material da Leave no Trace Inc. e o folheto Excursionismo Consciente, organizado pelo geógrafo e montanhista Roney Perez dos Santos e distribuido pelo CEU em 1996.

segunda-feira, 2 de julho de 2007

O Brasil e os Transgênicos

No centro da discussão sobre os transgênicos no Brasil sempre esteve a soja RR (Roundup Ready), comercializada pela Monsanto, que domina mais de 90% do mercado mundial de plantas geneticamente modificadas.
Conforme denúncia do ambientalista e engenheiro agrônomo Sebastião Pinheiro, desde 1998 a Monsanto já vinha introduzindo ilegalmente sementes de soja transgênica no país com a cumplicidade de autoridades governamentais, como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a CTNBio.
A partir de 1999, agricultores vinham adotando a soja transgênica, em especial no Rio Grande do Sul, onde o contrabando de sementes da Argentina e a ausência de fiscalização contribuíram para a expansão do cultivo ilegal.
O interesse em liberar os transgênicos baseia-se na crescente participação da indústria da transgenia no agronegócio de exportação.
O Brasil entra no mercado global com a monocultura da soja, economicamente viável somente com a produção extensiva em grandes latifúndios.
A soja transgênica contém um gene que a protege dos efeitos nocivos do herbicida Roundup (a marca comercial da Monsanto para o princípio ativo “glifosato”). Tal herbicida elimina todas as plantas, exceto as transgênicas.
O glifosato é uma substância química desenvolvida a partir do Agente Laranja, usado na guerra do Vietnã. Seus efeitos são visíveis ainda hoje no país, onde toda uma geração sofre de anomalias congênitas que afetam o desenvolvimento de braços e pernas.
Além disso, constatou-se que o glifosato pode se combinar com nitratos do solo, dando origem a uma nova substância: o nitrosoglifosato, o qual pode ser responsável pelo surgimento de carcinomas (câncer) no fígado. Os efeitos sobre a saúde e o meio ambiente podem ser ainda maiores se considerarmos que a maioria dos rios e solos estão sendo progressivamente poluídos com glifosato.
Como se não bastasse, a patente da semente de soja transgênica Roundup Ready (RR) é de propriedade da Monsanto que, de acordo com o Tratado sobre os Direitos de Propriedade Intelectual, está autorizada a cobrar royalties dos agricultores que venham a fazer uso da planta geneticamente modificada, mesmo após reproduzida.
A venda de ambos - semente e herbicida - cria um monopólio em favor da empresa e compromete os agricultores. Tudo isso porque sementes, que sempre foram bens naturais e de uso geral, agora passam a ser propriedade privada de uma companhia transnacional.
O argumento ligado ao combate à fome é rebatido ao se observar que as plantas transgênicas não possuem nenhuma qualidade que possa diferenciá-las na questão da produtividade, com exceção da resistência que têm ao herbicida da própria Monsanto.

domingo, 1 de julho de 2007

GUIA DO CONSUMIDOR - PRODUTOS COM OU SEM TRANSGÊNICOS

Óleos
Transgênico:
Aro (Makro), Liza (Cargill), Oliva (Cargill), Olivares (Paladar), Salada (Bunge), Soya (Bunge), Carmelita (Vigor), Mazola (Cargill), Primor (Bunge), Veleiro (Cargill)
Não transgênico:
Big,Carrefour, Compre Bem/Barateiro, Extra,Pão de Açúcar, Champion, Sinhá (Caramuru), Campestre, Great Value (Wal-Mart), Ceres (Vida), Cocamar, Dois Amores (Caramuru), Leve (Imcopa), Gilda (Vida), Maria (Vida), Sadia, Suavit (Cocamar), Brejeiro,

Alimento Infantil
Transgênico:
Gerber (Novartis)
Não transgênico:
Arisco (Unilever), Big, Carrefour, Cremogema (Unilever), Compre, Bem/Barateiro, Extra, Maizena (Unilever), Nestlé, Pão de Açúcar, Aptamil (Support), Bebelac (Support), Nan (Nestlé), Nestogeno (Nestlé), Ninho (Nestlé), Nutriton (Support), Soya Diet (Support)

Farinhas e Grãos
Transgênico:
Aro (Makro), Dafap's, Quero
Não transgênico:
Big, Carrefour, Compre Bem/Barateiro, Extra, Pão de Açúcar, Bontrato (Caramuru), Caramuru, Cereja (Sakura), Champion, Hikari, Jasmine, Mãe Terra, Mais Vita Produtos Naturais, Missô (Sakura), Nekmil (Caramuru), Nutrimental, Oetker, Panco, Sinhá (Caramuru), Vitao(Nutrihouse), Yoki

Molhos e Condimentos
Transgênico:
Soya (Bunge), Ajinomoto, Primor (Bunge), Luppini, Quero, Mesa (Vigor), Vigor, Virmont, Gourmet (Cargill), Liza (Cargill), Sazon (Ajinomoto), Hondashi (Ajinomoto)
Não transgênico:
Arisco (Unilever), Big, Carrefour, Compre Bem/Barateiro, Extra, Pão de Açúcar, Cereja (Sakura), Champion, Mãe Terra, Missô (Sakura), Great Value (Wal-Mart), Maria (Vida), Cepêra, Mais por Menos (Wal-Mart), Aji no Shoyu (Sakura), Cica (Unilever), Etti (Parmalat), Goodlight, Hellman's, Hikari, Knorr (Unilever), Lanchy (Cocamar), Linguanotto (Masterfoods), Mococa, Parmalat, Peixe (Cirio), Purity (Cocamar), Sakura, Uncle Ben's (Masterfoods), Cirio, Fondor (Nestlé), Pomarola (Unilever), Salsaretti (Parmalat), Tarantella (Unilever), Maggi (Nestlé)

Enlatados
Transgênico:
Quero
Não transgênico:
Big, Compre Bem/Barateiro, Extra, Pão de Açúcar, Great Value (Wal-Mart), Mais por Menos, (Wal-Mart), Etti (Parmalat), Peixe (Cirio), Anglo (BF), Bonduelle, Bordon (BF), Coqueiro, Quaker, Superbom, Swift (BF)

Sopas e Pratos Prontos
Transgênico:
Hemmer, La Table D'or, Vigor
Não transgênico:
Arisco (Unilever), Big, Pão de Açúcar, Panco, Sinhá (Caramuru), Vitao (Nutrihouse), Sadia, Goodlight, Knorr (Unilever), Missoshiru (Sakura), Nissin, Qualimax, Maggi (Nestlé)

Sobremesas
Transgênico:
Vigor, Virmont, Dona Benta, Linea, Leco (Vigor)
Não transgênico:
Big, Maizena (Unilever), Nestlé, Pão de Açúcar, Hikari, Oetker, Great Value (Wal-Mart), Goodlight, Mococa, Parmalat, Paulista (Danone), Clight (Kraft), Ducoco, Fresh (Kraft), Karo (Unilever), Kibon (Unilever), La basque, Miss Daisy (Sadia), Royal (Kraft), Danone

Matinais e Cereais
Transgênico:
Linea, Sustagen (Bristol & Meyers), Café do Ponto, Kellog´s, Diet Shake (Nutrilatina), Melitta, Ovomaltine (Novartis), União, Quero, Pro Sobee (Bristol & Meyers)
Não transgênico:
Big, Carrefour, Compre Bem/Barateiro, Extra, Nestlé, Pão de Açúcar, Jasmine, Mãe Terra, Vitao (Nutrihouse), Great Value (Wal-Mart), Mais por Menos (Wal-Mart), Mococa, Quaker, Sanavita, Batavo, Ativa Soy (Nutrimental), Suprasoy (Josapar), Nutrifoods, Nutrilon (Nutrimental), Nutry (Nutrimental), Nutry Fun (Nutrimental), Cerealon (Nutrifoods), Chocomilk (Batavo), Chomax (Ducoco), Fibra Total (United Mills), Fitness & Diet (United Mills), Mucilon (Nestlé), Nescau (Nestlé), Nesquik (Nestlé), Neston (Nestlé), Nutren (Nestlé), Toddy (Quaker), Trio (United Mills)

Chocolates e Balas
Transgênico:
Adams, Arcor, Cadbury, Dan Top, Dizioli, Duitt, Garoto, Halls, Hershey's, Santa Edwiges, Trident
Não transgênico:
Big, Nestlé, Pão de Açúcar, Great Value (Wal-Mart), Dori, Ferrero, Kopenhagen, Lacta (Kraft), M&M (Masterfoods), Milka (Kraft), Pan, Twix (Masterfoods), Snickers (Masterfoods)

Biscoitos e Salgadinhos
Transgênico:
Adria, Ebicen (Glico), Lu (Arcor), Zabet (Adria), Triunfo (Arcor), Aymoré (Arcor), Gran Dia (Arcor)
Não transgênico:
Big, Carrefour, Compre Bem/Barateiro, Extra, Nestlé, Pão de Açúcar, Champion, Jasmine, Mãe, Terra, Panco, Vitao (Nutrihouse), Great Value (Wal-Mart), Mais por Menos (Wal-Mart),, Parmalat, Firenze, Piraquê, Nutrifoods, Nutry (Nutrimental), Dauper, Dori, Ativa (Nutrimental), Bauducco, Elbis (Mabel), Elma Chips, Fritex (Bauducco), Iracema (Kraft), Kelly (Mabel), Mabel, Mini Bits (Kraft), Nabisco (Kraft), Skiny (Mabel), Tica (Panco), Tostine (Nestlé), Visconti, Wickbold, Biits Cookies (United Mills), Bon Gouter (Kraft), Chocolícia (Kraft), Chocooky (Kraft), Club Social (Kraft), Oreo (Kraft), Trakinas (Kraft), Duchen (Parmalat), Raris (Masterfoods), Mr. Nut´s (Masterfoods)

Pães e Bolos
Transgênico:
Santa Edwiges, Pullman, Ana Maria (Pullman)
Não transgênico:
Big, Pão de Açúcar, Panco, Great Value (Wal-Mart), Mais por Menos (Wal-Mart), Firenze, Bauducco, Tica (Panco), Visconti, Wickbold, Kidlat (Parmalat), Jack Bolinho (Wickbold)

Bebidas
Transgênico:
All Day (Bunge), Cyclus (Bunge)
Não transgênico:
Sanavita, Batavo, Clight (Kraft), Fresh (Kraft), Royal (Kraft), Danone, Ativa (Nutrimental), Yakult, Ades (Unilever), Cereal Shake Light, Ki-Suco (Kraft), Maguary (Kraft), Jui-C (Nutrimental), Nutrinho (Nutrimental), Sustare (Olvebra), Tang (Kraft), Q-Refres-ko (Kraft), Tonyu (Yakult), Chamy (Nestlé), Kissy (Batavo), Diet Fiber (Olvebra), Longevita (Olvebra), Novo Milke (Olvebra), Soy Fruit (Olvebra), Soy Original (Olvebra), Soymilke (Olvebra)

Frios e Embutidos
Transgênico:
Não transgênico:
Big, Carrefour, Compre Bem/Barateiro, Extra, Champion, Sadia, Mais por Menos (Wal-Mart), Anglo (BF), Bordon (BF), Swift (BF), Batavo, Perdigão, Rezende (Sadia), Seara, Marba, Wilson (Sadia)

Laticínios e Margarinas
Transgênico:
Primor (Bunge), Mesa (Vigor), Leco (Vigor), Vigor, All Day (Bunge), Amélia (Vigor), Cyclus (Bunge), Delícia (Bunge), Franciscano (Vigor), Mila (Bunge), Soya (Bunge)
Não transgênico:
Big, Carrefour, Compre Bem/Barateiro, Extra, Nestlé, Pão de Açúcar, Great Value (Wal-Mart), Sadia, Mais por Menos (Wal-Mart), Goodlight, Paulista (Danone), Batavo, Piraquê, Danone, Arisco, Philadelphia (Kraft), Claybom (Unilever), Baker (Vida), Colméia (Vida), Becel (Unilever), Corpus (Danone), Cremutcho, Dannete (Danone), Danny (Danone), Doriana (Unilever), Molico (Nestlé), Qualy (Sadia), Saúde (Unilever), Deline (Sadia), Dupli (Danone), FBE (Vida), Glacier (Vida), Margarella (Vida), Mariella (Vida)

Massas
Transgênico:
Adria, Frescarini (General Mills), Pastitex, Santa Branca
Não transgênico:
Big, Carrefour, Pão de Açúcar, Champion, Sadia, Mezzani, Firenze, Massaleve, Pavioli, Piraquê

Congelados
Transgênico:
Arosa, Forno de Minas (General Mills), Pescal, Belcook
Não transgênico:
Big, Carrefour, Compre Bem/Barateiro, Extra, Pão de Açúcar, Champion, Panco, Great Value (Wal-Mart), Sadia, Goodlight, Anglo (BF), Bordon (BF), Superbom, Swift (BF), Batavo, Da Granja, Kilo Certo, Perdigão, Rezende (Sadia), Seara, Bonduelle, Toque de Sabor (Perdigão)

Rações para animais
Transgênico:
Não transgênico:
Guabi, Purina (Nestlé), Alpo (Nestlé), Bonzo (Nestlé), Cat Chow (Nestlé), Champ (Masterfoods), Deli Dog (Nestlé), Dog Menu (Nestlé), Fancy Feast (Nestlé), Faro (Guabi), Friskies (Nestlé), Frolic (Masterfoods), Gatsy (Nestlé), Herói Mascote (Guabi), Kanina (Nestlé), Pedigree (Masterfoods), Whiskas (Masterfoods), Top Cat (Guabi), Kitekat (Masterfoods)

*Este guia pode ser reproduzido livremente, desde que os créditos sejam dados ao Greenpeace e que as cópias incluam todas as notas e informações complementares.

quinta-feira, 14 de junho de 2007

A arte de ler o terreno

Existe uma técnica da qual pouco ou nada se ouve falar, e que tem uma importância enorme no desempenho de qualquer biker seja nas trilhas ou nas estradas. Uma técnica que o tempo e a experiência ajudam a desenvolver e refinar, mas que com um pouco de atenção e prática pode ser aprendida rapidamente e vai certamente dar uma “turbinada” na sua performance. Aprenda a “ler” o terreno.
Quando estamos começando a pedalar e descobrimos a paixão pela bicicleta, geralmente somos levados por nós mesmos e pelos outros a dar mais importância à alimentação e ao desenvolvimento da técnica. Frenagem, saltos, uma pedalada mais redonda, o que, quando e como comer corretamente são os tópicos mais abordados quando se fala em treinamento. Por causa disso, há dezenas de fontes de informação sobre esses assuntos. Mas ler o terreno por onde pedalamos é a técnica oculta que separa o bom biker do melhor biker.

As vantagens:
Intuitivamente somos levados a desviar de buracos e obstáculos, seja na trilha ou na estrada Até mesmo por uma questão de sobrevivência. Mas ler o terreno significa ir um passo além. Como a bike depende da nossa força para ir para frente e se manter em pé, escolher o melhor local para colocar as rodas de sua bicicleta pode melhorar sensivelmente a performance.

Economize energia:
Grama, areia, barro ou pedras exigem mais força aplicada aos pedais para manter a bike em pé e você pedalando. Além disso, como a velocidade é menor nesses terrenos, as vezes é necessário levantar o selim e usar o famoso “jogo de corpo” para não perder o equilíbrio, o que gasta ainda mais energia. Parece pouco, mas numa pedalada pode significar a diferença entre chegar pedalando ou ter que empurrar no final. Nunca subestime o valor da energia economizada sobre a bike!

Evite os tombos:
Entrar numa curva ou tentar brecar em cima da faixa de pedestres com piso molhado, ou numa trilha com limo sobre terra é tombo na certa. Tudo bem, alguns bikers têm uma técnica e sensibilidade tão apurada que conseguem se sair bem dessas situações. Mas existem limites impostos pela lei da física (atrito, velocidade, inclinação...). Sabendo identificar pontos de perigo em potencial você pode salvar sua pele – literalmente.

Otimize as frenagens:
Muito se fala da potência dos freios. Cantilever, v-brake, freio a disco... a verdade é que uma boa frenagem, depende de três fatores: a) A correta regulagem dos freios (qualquer que seja o tipo); b) Os pneus (seus pneus estão em ordem? São adequados para o tipo de terreno em questão?); e pó fim c) As condições do terreno. Saber encontrar tração para que os pneus possam morder o terreno é importante.

Melhore as curvas:
Aqui também o fator pneus vs terreno é fundamental para uma boa performance nas curvas. De novo as leis da física ditam os limites da tração, e saber antecipar esses limites numa curva, seja na curva ou na estrada, pode ajudar a traçar - e realizar – a melhor opção dentre as inúmeras oferecidas.

Retarde o cansaço e a fadiga:
É comum ver bikers bem preparados e treinados abandonarem competires mais duras e exigentes, como o Iron Biker. Falta de pernas? Acabou o gás? O pulmão encolheu? Mesmo que a resposta seja sim para essas perguntas, você já parou para pensar na relação do terreno com esse desgaste? As costas doem, os braços começam a formigar, e o ri timo cai drasticamente. Aqui também o que acontece é um desgaste generalizado do corpo pela repetição de milhares de pancadas e vibrações transmitidas ao corpo durante as pedaladas. Na estrada ou na trilha estamos expostos a essas vibrações e o efeito acumulativo pode ser sentido depois de uma ou duas horas, às vezes menos. É impossível evitar completamente esse ataque que leva a fadiga e acelera o cansaço. Nem com as melhores suspensões, muito treinamento e ginástica. Não existe asfalto perfeito (pelo menos aqui no Brasil), e as trilhas, bom, não seriam trilhas se fossem assim. Mas podemos economizar um pouco sabendo evitar alguns trechos mais desgastantes para o corpo. O resultado pode ser sentido na prática.

Usando o cérebro:
É difícil, senão impossível, substituir a experiência no aprendizado de uma técnica. A primeira e mais importante regra é: olhe para onde você quer ir, e não para o que você quer evitar. Pode parecer estranho, mas nosso cérebro comanda nossos movimentos a seguirem o olhar. É como uma mira ou algo assim. Se você está numa descida assustadora numa trilha nova, procure sempre olhar para o melhor caminho, nunca dentro daquela erosão enorme, profunda, cheia de pedras e dentes, louca para engolir você e sua bike ao menor vacilo.
A segunda regra, não menos importante do que a primeira, é: ”olhe sempre adiante, nunca para o trecho imediatamente à frente de sua roda dianteira. E quanto maior a velocidade, mais adiante se deve olhar. Seus olhos são como radares,. Vasculhe o terreno, identificando obstáculos sem se preocupar muito com eles. Nosso cérebro grava e processa sozinho as informações, e se você seguir direitinho a primeira regra, ele ainda comanda seus movimentos para evitar apuros. Afinal, para ele, o mais importante é a sobrevivência. Esse é um princípio valioso que quando praticado acelera o desenvolvimento dos reflexos e melhora a intuição.
Seja subindo, no plano ou descendo, é preciso tomar cuidado nas curvas e frenagens, independente do pneu que está usando. Antecipe a frenagem e reduza a velocidade com leves toques nas manetes, usando mais força no traseiro pois, em caso de derrapagem é mais fácil controlar a traseira do que a dianteira. Pelo mesmo motivo, evite inclinar a bike demais ou fazer movimentos bruscos com o guidão, mantendo seu corpo mais perpendicular ao chão e fazendo a curva da forma mais suave possível.
Atenção total para trechos de solo “traiçoeiro”, como atoleiros, leitos de areia ou pedras, barro e lama ou ainda raízes. Sobretudo em curvas de alta velocidade. O comportamento da bike fica estranho nesses tipos terrenos, pois a tração é diferente devido ao peso e ao torque das pedaladas. Antes de encará-los, reduza a velocidade e transfira um pouco mais de peso para a traseira, aliviando a dianteira e mantendo o centro de gravidade de seu corpo solto para que ele se adapte automaticamente as mudanças de movimentos da bike. Mais energia deve ser aplicada no guidão para fazer correções de direção.
Nas subidas, descidas e curvas procure identificar a linha que oferece a melhor tração. Nas subidas esse procedimento evita que o pneu gire em falso e que você perca o equilíbrio. Nas descidas ajuda a manter o controle nas frenagens e curvas. Tente encontrar o melhor equilíbrio entre tração e baixa resistência à rolagem. Pode parecer difícil mas, a gente não desiste e continua tentando.
fonte: Alex Torres (Revista Bice Sport)

sexta-feira, 30 de março de 2007

Mountainbike: Subidas exigem preparo físico e psicológico

O experiente atleta Odair Pereira dá dicas de como pedalar bem na subida.

No mountain bike, as subidas são um ponto chave para vencer ou perder uma prova e um grande desafio também para aqueles que não competem. Elas exigem muito dos atletas, tanto física quanto psicologicamente. Preparar-se para as subidas é de grande importância principalmente para aqueles que querem enfrentar os desafios de uma prova de cross-country.
Em uma prova, treino ou pedalada, procure sempre entrar numa subida com a marcha certa para facilitar a tração e evitar a perda de equilíbrio em cima da bike. Para subir em pé use o bar end como alavanca e procure desenvolver velocidade (velocidade não quer dizer marcha pesada). Deve-se sempre procurar a marcha ideal para cada tipo de subida e de terreno.
Por exemplo: numa subida curta seguida de uma descida é normal que se use marchas mais pesadas para não perder a velocidade. Mas num terreno íngreme e longo deve-se utilizar uma marcha mais leve e apropriada para o ritmo de cada um.
Nas subidas longas ou provas muito longas subir sentado e tentar impor um ritmo que seja sustentável até o final é uma boa pedida, pois um esforço exagerado pode ser fatal e custar algumas posições até a bandeirada final.
Cada atleta tem suas características e estilo próprio de pedalada. O importante é que cada um respeite o limite do seu corpo.
Subidas longas - Em subidas longas é necessário saber dosar a energia e o ritmo para não se desgastar demais no início, o que viria a prejudicar o rendimento do atleta do meio da prova para o final. Eu particularmente uso muito subir sentado e se perceber o ritmo diminuindo procuro pedalar em pé e acelerar o passo.
O ideal é procurar sempre impor um ritmo que você suporte, o ritmo da pedalada também é importante. Usar a marcha certa com uma cadência que seja confortável para cada um é um ponto importante a se reparar. Às vezes a cadência do seu adversário não é a mais confortável para você.
Quando empurrar a bike - Assim como saber manter-se de forma sustentável durante uma subida, é importante perceber o momento em que é melhor descer e empurrar a bicicleta. Principalmente em subidas íngremes, o esforço físico feito para vencê-las nem sempre é vantajoso. Além disso, o biker corre um grande risco de se desequilibrar e tombar de lado, podendo ferir-se.
Quando perceber que está sofrendo um desgaste físico muito grande, não hesite em descer da bike e empurrá-la rapidamente por alguns metros até encontrar um trecho mais plano. Este pequeno descanso também poderá ser importante psicologicamente.
O fator psicológico - É fato que, além de um grande desgaste físico, as subidas causam muito desgaste psicológico mesmo nos bikers mais preparados. Dor, falta de ar e a sensação de desconforto podem ser minimizadas com um melhor preparo físico.
Quanto melhor preparado fisicamente, menos o atleta ou praticante sofrerá diante deste desafio e melhor aproveitará as suas pedaladas. Fazer exercícios regularmente e treinar sempre que possível em trechos de subida são ações que ajudam bastante.

fonte: Webventure

E lembrem-se ,"a recompensa está lá em cima!"

quarta-feira, 28 de março de 2007

Amazônia, pulmão do mundo?

Ao contrário do muitos pensam, a Amazônia não é responsável pela produção da maior parte do oxigênio do mundo. Essa responsabilidade cabe ao fitoplâncton, os seres microscópicos que flutuam livremente nos oceanos. Por purificar nosso ar extraindo bilhões de toneladas de dióxido de carbono, é o responsável por mais da metade do oxigênio que respiramos.
Mas mesmo essa floresta invisível já encontra-se ameaçada. Os efeitos do aumento da radiação ultravioleta devido ao buraco na camada de ozônio é altamente prejudicial ao fitoplâncton, que além de tudo é a base da cadeia alimentar marinha.

quinta-feira, 22 de março de 2007

Os Governos e a Questão Ambiental

Visto que a destruição do meio ambiente é um problema tão amplo, uma solução eficaz exigiria a cooperação de todos os governos do mundo. Em alguns casos, seus representantes demonstraram coragem elogiável, recomendando mudanças positivas que ajudariam o meio ambiente. Mas a realidade é que as histórias de sucesso são raras.
Um exemplo disso foi a cúpula internacional realizada no Japão em 1997. As nações debateram e discutiram os termos de um tratado de redução de emissões dos poluentes tidos como responsáveis pelo aquecimento global. Por fim, para a surpresa de muitos, chegou-se a um acordo, chamado de Protocolo de Kyoto. Regiões desenvolvidas, como a União Européia, o Japão e os Estados Unidos, reduziriam suas emissões de poluentes em média 5,2% até 2012. As perspectivas eram boas. Em princípios de 2001, porém, o governo norte-americano avisou que estava abandonando o Protocolo de Kyoto. Muitas pessoas ficaram chocadas, visto que os Estados Unidos, com menos de 5% da população mundial, produzem cerca de um quarto das emissões de poluentes. E outros governos estão demorando para ratificar o tratado.
O exemplo acima mostra como é difícil para os governos chegarem a soluções significativas. Não é fácil fazer com que vários governos se sentem à mesa de negociações, e mesmo então não é fácil conseguirem chegar a um consenso quanto a como lidar com questões ambientais. Mesmo quando se assinam tratados, algumas das partes podem mais tarde romper o compromisso firmado. Outros acham difícil fazer cumprir esses acordos. Em certos casos, os governos ou as companhias acham que não têm condições de assumir as despesas envolvidas no processo de restauração do meio ambiente. Em alguns lugares, o problema todo é, pura e simplesmente, a ganância — corporações poderosas pressionam os governos para que não sejam tomadas medidas que reduziriam seus lucros. É bem sabido que muitas empresas e companhias só querem explorar os recursos naturais ao máximo, sem se importar com as conseqüências a longo prazo.
Para complicar a questão ainda mais, nem todos os cientistas estão de acordo acerca da gravidade dos efeitos que a poluição terá sobre a Terra. Assim, aqueles que estabelecem as políticas ambientais dos governos não sabem até que ponto devem restringir o crescimento econômico para controlar um problema que talvez nem seja tão grande como se afirma.
Pode-se dizer que a humanidade está num beco sem saída. Todos sabem que existe um problema e que algo precisa ser feito a respeito. Alguns países se esforçam muito nesse sentido, mas de modo geral, os problemas ambientais estão piorando. Será que o destino da Terra é se tornar inabitável para o homem?


fonte: Revista "Despertai"

quarta-feira, 21 de março de 2007

Reflorestamento Errado


A diversidade de espécies vegetais que consegue sobreviver dentro de um plantio de eucalipto é muito baixa. O eucalyptus globulos é nativo da Austrália e não do Brasil como pensa a maioria das pessoas. Essa espécie foi introduzida em nosso país pelos portugueses durante a colonização. É muito agressiva com outras espécies vegetais devido ao seu crescimento acelerado. Além de retirar toda água do solo ao seu redor, sua copa impede a passagem de luz dificultando o desenvolvimento de outras espécies. Torna-se difícil a formação de um sub-bosque rico. Os plantios também recebem aplicação de herbicidas para evitar as chamadas espécies “invasoras”.
Não há complexidade na cadeia alimentar nesse tipo de reflorestamento. Insetos e animais acabam sendo prejudicados pela falta de alimentos. A fauna existente ali é muito pequena e qualquer problema com uma delas pode causar um desequilíbrio ecológico.
Quando removemos uma mata, expomos o solo as piores erosões. Chuvas, ventos e a incidência direta dos raios solares castigam a terra. Mesmo com um reflorestamento feito de forma correta, é difícil que a floresta volte a ser a mesma. Ainda mais eliminando toda diversidade e reflorestando com uma única espécie. Dessa maneira não estamos solucionando problema algum.
O que mais revolta é que muitas vezes, os responsáveis por tal ação têm conhecimento de tudo isso. O fato é que financeiramente é mais viável, além de iludir a maioria das pessoas devido à falta de informação.
Por isso quando tiver a oportunidade de entrar em uma floresta de eucaliptos, note que o silêncio é semelhante ao de um camitério.


fonte de pesquisa: coluna "Giro Ecológico" do Rubão - Revista Bike Action

quinta-feira, 15 de março de 2007

Trekking - o essencial



A história do trekking é antiga e teve origem no início do século XIX. A palavra trek tem sua origem na língua africâner e passou a ser empregada pelos vortrekkers, os primeiros trabalhadores holandeses que colonizaram a África do Sul.
O verbo trekken significa migrar e carregava uma conotação de sofrimento e resistência física, numa época em que o único meio e locomoção era a caminhada.
Quando os britânicos invadiram a região, a palavra foi absorvida pela língua inglesa e passou a designar as longas caminhadas realizadas pelos exploradores em direção ao interior do continente.
Atualmente utiliza-se a palavra também em português, significando caminhadas em trilhas naturais em busca de lugares interessantes para conhecer, possibilitando um contato com a natureza. No Brasil, o trekking surgiu em 1992 em São Paulo, por amantes da natureza, que resolveram adaptar as regras dos enduros de bike, moto e jipe à caminhada ecológica.

As regras nas provas do trekking se assemelham as de um rally de regularidade. A equipe vencedora é aquela que consegue atingir com precisão o tempo estipulado da prova e perder menos pontos na contagem final, depois de apurados os tempos nas passagens pelos postos de fiscalização.
A perda dos postos durante a prova implica na penalização da equipe. A pontuação é computada da seguinte maneira: para cada segundo adiantado, perde-se 2 pontos, e a cada atrasado, há uma penalidade de 1 ponto. A equipe que no geral obtiver o menor número de penalidades sagra-se campeã.

quarta-feira, 14 de março de 2007

A História do Mountainbike

O Mountain Bike surgiu no final dos anos 70, quando um grupo de jovens ciclistas começou a freqüentar as trilhas das montanhas da Califórnia (EUA). Eram basicamente bikers de estrada, que começaram a buscar um novo estilo no ciclismo, uma alternativa às "magrelas" do asfalto. As trilhas e estradas de terra, mesmo longe de serem encaradas por bikes speed, acabaram por conquistar estes jovens ávidos por novas emoções.
Para Tom Ritchey, uma lenda no esporte, o responsável pela escolha da "terra" pelo "asfalto" foi Jobst Brandt, sendo o inspirador dele e de mais outros, como Gary Fisher. Muitas histórias contam que já houve experiências anteriores (nas décadas de 40 e 50) de utilizar a bicicleta em trilhas, mas não tiveram a expressão e a explosão que ocorreu no final dos anos 70.
Para poderem encarar as trilhas e despencar morro abaixo, e como não existiam quadros apropriados, passaram a utilizar quadros de bikes cruisers (muitos da marca Schwinn). Então, bastou acrescentar alguns componentes (câmbio, pneus maiores e freios mais eficientes), para iniciarem no novo esporte que começava a surgir. Cria-se assim, as formas básicas das mountain bikes.
Com o tempo, os grupos de praticantes do mountain bike foram aumentando em número e tamanho. E aos poucos, provas foram sendo organizadas, e uma das primeiras competições do mountain bike (de que se tem registro) foi o Repack Downhill, um tipo de downhill realizado aos finais de semana em Mount Tamalpais (ou Mt. Tam), na Califórnia.
Famosa, passou a ser considerada a mola propulsora do esporte, reunindo competidores que buscavam novos limites, desafiando as precárias bikes e a técnica da época. Dali saíram os futuros atletas que marcaram o mountain bike, como Ned Overend.
Tom Ritchey e Gary Fisher foram, além dos primeiros a praticar, os que deram os primeiros passos para a comercialização do Mountain Bike. Tom Ritchey foi talvez quem mais contribuiu para o desenvolvimento de novos quadros e materiais para o esporte. Além de correr, construía e desenvolvia quadros e componentes artesanalmente (sendo ele o responsável pelo atual design dos quadros, tipo diamante, proveniente das bikes speed), ao lado de Gary Fischer que adaptou e desenvolveu vários componentes, como o câmbio. Ambos têm hoje suas respectivas empresas, a Ritchey e a Fischer Bikes.
Na união das potencialidades de cada um, mais a de Charles Kelly (que comercializava as bikes e hoje é um dos principais historiadores do esporte), criaram a Mountain Biker, primeira empresa a produzir, mesmo em escala reduzida, bicicletas destinadas diretamente para o novo esporte. Mas o esporte tomou o mercado quando Mike Syniard, fundador e presidente da Specialized, apostou no novo esporte e na sua potencialidade. Comprou alguns quadros fabricados por Ritchey e enviou-os para o Japão, para serem copiadas e produzidas em série. Cria-se então a StumpJumper, a primeira mountain bike de sucesso comercial e que mais tarde se tornaria um mito. A união de Ritchey com Syniard acabou por lançar o esporte ao mundo definitivamente. No setor industrial, muitas empresas surgiram e desapareceram, mas certamente algumas deixaram a sua contribuição na elaboração de novos projetos. A capacidade de expansão e assimilação do setor determinaram um novo ritmo no ciclismo.
A cada ano, inovações são anunciadas, levando as outras empresas a aperfeiçoarem cada vez mais os seus produtos. Isto nos leva a um alto nível de qualidade, favorecendo tanto o consumidor, como os atletas que dependem de um bom desempenho de seu equipamento. Suspensões, freios hidráulicos, novos materiais como o titânio, são alguns dos exemplos do que este setor é capaz de produzir, revelando a força e a potencialidade do mountain bike no âmbito industrial.
Como esporte, o mountain bike cada vez mais acumulou adeptos, sendo hoje encontrada em quase todas as regiões do mundo. Nunca um esporte se espalhou tão rápido. Isto talvez se deva ao fato de aproximar as pessoas cada vez mais da natureza, do prazer e da adrenalina propiciada ao praticante, e de contribuir no condicionamento físico.
Várias competições são realizadas pelo mundo, elevando o nível técnico e despontando vários "pilotos", e que hoje formam a elite competitiva do esporte. E o mountain bike passou, a partir de 1996, a ser um esporte olímpico, estreando nos Jogos Olímpicos de Atlanta. Isto evidencia a importância em que o esporte se encontra atualmente e quem sabe se eleve cada vez mais no futuro.
Depois dessas transformações, notamos a total consolidação do esporte e da indústria no mundo ciclístico, tendo um forte apoio, tanto das entidades públicas como privadas, e tendo um público que prestigia e fortalece cada vez mais o esporte.

FONTE: High Mountains

terça-feira, 13 de março de 2007

A verdade sobre o solo Amazônico

O mito da fertilidade
A idéia de que o solo amazônico é fértil, diz a revista Counterpart, é um "mito difícil de extinguir". No século 19, o explorador Alexander von Humboldt chamou a Amazônia de "celeiro do mundo". Um século depois, o presidente americano Theodore Roosevelt também achou que a Amazônia prometia boas safras. "Uma terra tão rica e tão fértil não deve permanecer ociosa", escreveu.
Na verdade, o lavrador que pensa assim como eles pensavam descobre que, por um ano ou dois, a terra produz uma boa safra, pois as cinzas das árvores e das plantas carbonizadas servem de fertilizante. Mas, depois disso, o solo fica estéril. Embora o verde exuberante da mata pareça indicar a existência de um solo fértil, o solo é, na verdade, o ponto fraco da floresta. Como assim?
Despertai! falou sobre isso com o Dr. Flávio J. Luizão, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia, especialista em solo de floresta tropical úmida. A seguir, alguns de seus comentários:
‘Diferente de muitos outros solos de floresta, a maior parte do solo da bacia amazônica não recebe nutrientes a partir de sua base, de rochas em decomposição, pois a rocha-mãe é pobre em nutrientes e profunda demais. Em vez disso, o solo recebe nutrientes de cima para baixo, da chuva e do húmus. Contudo, tanto as gotas de chuva como as folhas caídas precisam de ajuda para se tornarem nutritivas. Por quê?
‘A chuva que cai na floresta não é muito rica em nutrientes. Mas, ao atingir as folhas e escorrer pelos troncos das árvores, ela recolhe nutrientes das folhas, dos galhos, dos musgos, das algas, dos formigueiros, do pó. Quando essa água se infiltra no solo, já se transformou num bom alimento para as plantas. Para que esse alimento líquido não escoe simplesmente para os córregos, o solo detém os nutrientes, por meio de um emaranhado de raízes finas dispostas numa camada de vários centímetros debaixo da terra. Uma prova da eficácia disso é que os córregos que recebem essa água da chuva têm conteúdo nutritivo ainda mais pobre do que o próprio solo da floresta. Assim, os nutrientes penetram nas raízes antes que a água entre nos córregos ou nos rios.
‘Outra fonte de alimentos é o húmus — folhas, raminhos e frutos caídos. Cerca de oito toneladas de excelente húmus se forma por ano num hectare de piso florestal. Mas, como é que esses resíduos penetram no solo até o sistema de raízes das plantas? Os cupins ajudam. Eles cortam pedacinhos de folha em forma de discos, e os carregam para seus ninhos subterrâneos. Especialmente durante a estação chuvosa, eles formam um grupo laborioso, levando para o subterrâneo espantosos 40% de todo o húmus. Ali, eles usam as folhas para construir canteiros para o cultivo de fungos. Esses fungos, por sua vez, decompõem a matéria vegetal e liberam nitrogênio, fósforo, cálcio e outros elementos — nutrientes valiosos para as plantas.
‘O que é que os cupins ganham com isso? Alimentos. Eles comem os fungos e talvez engulam também uns fragmentos de folhas. Daí, os microorganismos nos intestinos dos cupins se encarregam de transformar quimicamente o alimento dos cupins, de modo que o excremento desses insetos vira um alimento nutritivo para as plantas. Portanto, a chuva e a reciclagem de matéria orgânica são dois dos fatores que sustentam e fazem crescer a floresta tropical úmida.
‘É fácil ver o que acontece se você derruba e queima a floresta. Desaparecem a copa para interceptar a chuva e o húmus para reciclar. Em vez disso, as chuvas torrenciais batem forte no solo desnudo, e seu impacto endurece a superfície. Ao mesmo tempo, os raios solares que atingem diretamente o solo aquecem e compactam o terreno. Com isso, as águas da chuva escorrem com facilidade, alimentando os rios, em vez de o solo. A perda de nutrientes de terras desmatadas e queimadas pode ser tão grande que os cursos de água perto dessas terras chegam a sofrer de excesso de nutrientes, pondo em risco a vida de espécies aquáticas. Obviamente, se deixada em paz, a floresta sustenta a si mesma, mas, a interferência do homem prenuncia desastre.’

fonte: revista "Despertai"