sábado, 22 de novembro de 2008

Onda Verde

 Empresas usam propagandas de responsabilidade ambiental como artifício para atrair consumidores

Além do marketing ambiental, que se tornou estratégia para atrair clientes, existe outra prática recorrente nos últimos tempos, o greenwash, ou verniz verde, expressão usada para se referir a empresas que induzem os consumidores a erros sobre os benefícios ambientais de seus produtos. Em virtude disso, o Conselho Brasileiro de Construção Sustentável lançou nos dias 4 e 5 de setembro, num simpósio em São Paulo, uma ferramenta para selecionar fornecedores e insumos dentro dos critérios de sustentabilidade. A medida tem como objetivo dar maior transparência evitando que os consumidores sejam vítimas de empresas que, por meio de propagandas, tentam aparentar preocupações ambientais e compromisso com a sustentabilidade, mas na verdade não o faz
Carla Muniz, engenheira que faz pesquisa sobre insumos sustentáveis, diz que muitas vezes os produtos até têm alguns benefícios, mas são tão irrelevantes que não podem ser considerados como sustentáveis. "As empresas costumam valorizar os aspectos positivos de suas mercadorias e omitir o que é negativo", diz a engenheira. Dessa forma, o consumidor não tem elementos suficientes para avaliar o que está comprando e acaba sendo induzido a erro. Há ainda, propagandas muito vagas, algumas dizem que o produto é "verde", "ecologicamente produzido", sem nenhuma explicação. É uma promessa vaga, porque não diz exatamente do que se trata.
Entretanto, é necessário diferenciar marketing ambiental de greenwash. O marketing é muito mais que publicidade, é a adoção de políticas ambientais em todas as atividades de uma empresa, inclusive no seu produto ou serviço. "No greenwash não há preocupação real com o meio ambiente e sim com a imagem ou lucratividade da empresa", explica o gestor ambiental Rafael de Castro. É apenas uma propaganda para iludir o consumidor sobre a preocupação do empreendimento com questões ambientais.
Segundo Carla Muniz, além das propagandas, as empresas também fazem uso de selos que atestam a preocupação ambiental. "É claro que existem muitos selos de instituições sérias, mas há também os falsos", afirma. Muitas ONGs tem selos que reconhecem empresas preocupadas com as causa socioambiental. Elas fazem parceirias com instituições em prol do meio ambiente. A Avina (Fundação Suíça de Meio Ambiente) apóia muitas ONGs que, por sua vez tem um trabalho de acompanhamento dos empreendimento para checar se de fato estão adotando políticas ambientais.
O cidadão deve ficar atento ao greenwash para não ser enganado. "Há boa intenção por parte dos consumidores e as empresas se aproveitam disso", diz Rafael. No Brasil ainda não foi feita nenhuma pesquisa para analisar as promessas de sustentabilidade nas embalagens de produtos. Mas em abril deste ano, o Conar (Conselho Nacional de Auto-regulamentação Publicitária) suspendeu duas campanhas publicitárias da Petrobras. A suspensão ocorreu porque os anúncios passavam uma falsa idéia de que a empresa contribui para o desenvolvimento sustentável do país, quando na verdade a estatal produz um óleo diesel com altos níveis de enxofre.

Ana Carla Rocha - www.iesb.br/

sábado, 21 de junho de 2008

“Esporte de Aventura X Preservação Ambiental”

Opiniões diversas estão presentes sobre o impacto da Corrida de Aventura ao meio ambiente. De um lado Associações Preservacionistas e Ambientalistas do outro Organizadores e Corredores de Aventura todos com discursos convincentes, posições radicais e opostas.

Sem duvida quando analisamos singularmente a Corrida de Aventura, temos que notar seu impacto ambiental. A presença de centenas de atletas transitando por trilhas e caminhos muitas vezes não demarcados, a atitude de alguns destes “mal orientados e educados atletas” deixando resíduos por onde passam, não pode ser ignorada pela natureza e pelos seus amantes.

No entanto a Corrida de Aventura não deixa somente suas marcas imediatas, com ela em modo geral vem uma grande exposição do local por onde passou, e toda a exuberância de sua natureza passa a ser conhecida por pessoas comuns.

Há muito se sabe que preservar esta bem distante de ocultar, que os lugares mais ocultos sofrem por devastações causadas por culturas de subsistências (um dos maiores problemas dos Parques Nacionais), e que o Turismo Sustentável é eficiente ferramenta para preservação ambiental.

Logo a Corrida de Aventura com toda sua exposição de mídia se bem direcionada passa a ser uma eficiente ferramenta de Preservação Ambiental.

Fazendo uma analogia da natureza com uma criança, poderíamos dizer que “Corrida de Aventura serve como uma boa palmada que quando bem direcionada, educa e preserva para o resto da vida, mas se mal dirigida pode ser uma simples surra que nada agrega e somente deixa sua marca”.

Cabe aos organizadores de Corrida de Aventura a responsabilidade pelos locais por onde passam suas provas, para que estas não deixem somente marcas negativas, bem como a todos os educadores formadores de atletas, atletas e amantes do esporte a responsabilidade de causar o mínimo de impacto possível, buscando não somente a preservação da natureza, mas também a do esporte.


José Caputo.
Arquiteto Ambientalista e atleta precursor
de corrida de aventura no Brasil.

texto publicado no Guia Ecoadventure 2003/2004

quinta-feira, 6 de março de 2008

Mountainbike - Nutrição

Com relação a exigência física, o mountain bike envolve tanto resistência cardio-respiratória como força muscular intensa. Por essa razão, os cuidados nutricionais devem ser otimizados nessa modalidade.
Para se ter idéia, o gasto calórico de uma atleta de mountain bike pode chegar a 6000 calorias por dia. Essas calorias devem ser preenchidas, em sua maioria, de alimentos fontes de carboidratos, que representam a maior fonte energética durante a atividade esportiva. De uma forma geral, recomenda-se que a dieta do atleta de mountain bike seja composta por uma quantidade de 60 a 70% de carboidratos.
As maiores fontes de carboidratos são massas, pães, arroz, batata, cereais e biscoitos. As proteínas também merecem atenção especial, pois estão intimamente ligadas aos processos de recuperação muscular. São fontes de proteínas as carnes em geral, frango, peixe, leite e derivados. Esses alimentos, assim como deve acontecer com os carboidratos, devem estar presentes em todas as refeições dos atletas.

Cuidados nutricionais pré-treino ou competição:
O principal objetivo nesta fase é armazenar energia no músculo. São aumentados, portanto, os carboidratos na dieta. Em casos de competição, esses alimentos devem ser aumentados maciçamente três dias antes da prova. Os alimentos ricos em proteínas (carnes, frango, ovos, queijos etc) devem ser ingeridos em menores proporções, já que a maior fonte de energia deve ser proveniente dos carboidratos.
É importante evitar a ingestão de gorduras, grãos e fibras (folhas, verduras e legumes), que podem causar má digestão. É também importante fracionar a dieta em pelo menos cinco refeições diárias, evitando que o estômago fique muito cheio, e aumentando assim o conteúdo de energia. Caprichar na hidratação é também fundamental para a performance.

Café da manhã pré-competição
Deve-se evitar a ingestão de fibras e alimentos gordurosos, pois podem causar desconforto gastrintestinal logo antes da prova, ou até durante, diminuindo o desempenho. Deve-se retirar as cascas e bagaço das frutas e evitar alimentos estranhos, com os quais não se está acostumado. A dieta deve ser à base de carboidratos e com pouca proteína. Por exemplo: pão com queijo e geléia + 1 suco + 1 pedaço de bolo simples

Reposição nutricional durante treinos e competições
Durante a prática, deve haver preocupação em sempre carregar água e, preferencialmente, bebidas esportivas nas caramanholas ou camel back, pois estas últimas, além de hidratar, fornecem carboidratos. Deve-se também carregar alimentos práticos (barras energéticas, gel de carboidrato, frutas, frutas secas, biscoitos, sanduíches de fácil digestão, como os feitos com bisnaguinha, ou algo igualmente rico em carboidratos e fácil de carregar).
Nessa fase, sugere-se a ingestão de alimentos e bebidas ricas em carboidratos em intervalos de 30 minutos, poupando-se o glicogênio muscular. Deve-se consumir de 30 a 50 gramas de carboidratos por hora, na forma de alimentos e/ou bebidas. A ingestão de líquidos também é fundamental para o desempenho, por isso deve-se tentar beber no mínimo 500ml por hora.

Dicas para o pós-exercício:
Nessa fase, tida como de extrema importância a recuperação total dos atletas, é importante repor as energias gastas durante a atividade extenuante. Nas primeiras horas após a prática, deve-se consumir carboidratos como pães, batatas, macarrão, arroz, etc. Isto irá ajudar na recuperação dos estoques de energia.
A reposição de proteínas, por meio da ingestão de leite ou derivados, ovos, frango, peixes ou outras fontes magras, também deve ocorrer nesta fase. Uma boa dica de refeição na fase pós-prova é um prato de massa com frango ou 1 sanduíche de frios + frutas. Imediatamente após a prova o atleta deve começar a repor os líquidos (água, bebidas isotônicas, sucos, refrigerantes), devendo fazê-la continuamente de forma fracionada.

Equipe RGNutri