sexta-feira, 30 de março de 2007

Mountainbike: Subidas exigem preparo físico e psicológico

O experiente atleta Odair Pereira dá dicas de como pedalar bem na subida.

No mountain bike, as subidas são um ponto chave para vencer ou perder uma prova e um grande desafio também para aqueles que não competem. Elas exigem muito dos atletas, tanto física quanto psicologicamente. Preparar-se para as subidas é de grande importância principalmente para aqueles que querem enfrentar os desafios de uma prova de cross-country.
Em uma prova, treino ou pedalada, procure sempre entrar numa subida com a marcha certa para facilitar a tração e evitar a perda de equilíbrio em cima da bike. Para subir em pé use o bar end como alavanca e procure desenvolver velocidade (velocidade não quer dizer marcha pesada). Deve-se sempre procurar a marcha ideal para cada tipo de subida e de terreno.
Por exemplo: numa subida curta seguida de uma descida é normal que se use marchas mais pesadas para não perder a velocidade. Mas num terreno íngreme e longo deve-se utilizar uma marcha mais leve e apropriada para o ritmo de cada um.
Nas subidas longas ou provas muito longas subir sentado e tentar impor um ritmo que seja sustentável até o final é uma boa pedida, pois um esforço exagerado pode ser fatal e custar algumas posições até a bandeirada final.
Cada atleta tem suas características e estilo próprio de pedalada. O importante é que cada um respeite o limite do seu corpo.
Subidas longas - Em subidas longas é necessário saber dosar a energia e o ritmo para não se desgastar demais no início, o que viria a prejudicar o rendimento do atleta do meio da prova para o final. Eu particularmente uso muito subir sentado e se perceber o ritmo diminuindo procuro pedalar em pé e acelerar o passo.
O ideal é procurar sempre impor um ritmo que você suporte, o ritmo da pedalada também é importante. Usar a marcha certa com uma cadência que seja confortável para cada um é um ponto importante a se reparar. Às vezes a cadência do seu adversário não é a mais confortável para você.
Quando empurrar a bike - Assim como saber manter-se de forma sustentável durante uma subida, é importante perceber o momento em que é melhor descer e empurrar a bicicleta. Principalmente em subidas íngremes, o esforço físico feito para vencê-las nem sempre é vantajoso. Além disso, o biker corre um grande risco de se desequilibrar e tombar de lado, podendo ferir-se.
Quando perceber que está sofrendo um desgaste físico muito grande, não hesite em descer da bike e empurrá-la rapidamente por alguns metros até encontrar um trecho mais plano. Este pequeno descanso também poderá ser importante psicologicamente.
O fator psicológico - É fato que, além de um grande desgaste físico, as subidas causam muito desgaste psicológico mesmo nos bikers mais preparados. Dor, falta de ar e a sensação de desconforto podem ser minimizadas com um melhor preparo físico.
Quanto melhor preparado fisicamente, menos o atleta ou praticante sofrerá diante deste desafio e melhor aproveitará as suas pedaladas. Fazer exercícios regularmente e treinar sempre que possível em trechos de subida são ações que ajudam bastante.

fonte: Webventure

E lembrem-se ,"a recompensa está lá em cima!"

quarta-feira, 28 de março de 2007

Amazônia, pulmão do mundo?

Ao contrário do muitos pensam, a Amazônia não é responsável pela produção da maior parte do oxigênio do mundo. Essa responsabilidade cabe ao fitoplâncton, os seres microscópicos que flutuam livremente nos oceanos. Por purificar nosso ar extraindo bilhões de toneladas de dióxido de carbono, é o responsável por mais da metade do oxigênio que respiramos.
Mas mesmo essa floresta invisível já encontra-se ameaçada. Os efeitos do aumento da radiação ultravioleta devido ao buraco na camada de ozônio é altamente prejudicial ao fitoplâncton, que além de tudo é a base da cadeia alimentar marinha.

quinta-feira, 22 de março de 2007

Os Governos e a Questão Ambiental

Visto que a destruição do meio ambiente é um problema tão amplo, uma solução eficaz exigiria a cooperação de todos os governos do mundo. Em alguns casos, seus representantes demonstraram coragem elogiável, recomendando mudanças positivas que ajudariam o meio ambiente. Mas a realidade é que as histórias de sucesso são raras.
Um exemplo disso foi a cúpula internacional realizada no Japão em 1997. As nações debateram e discutiram os termos de um tratado de redução de emissões dos poluentes tidos como responsáveis pelo aquecimento global. Por fim, para a surpresa de muitos, chegou-se a um acordo, chamado de Protocolo de Kyoto. Regiões desenvolvidas, como a União Européia, o Japão e os Estados Unidos, reduziriam suas emissões de poluentes em média 5,2% até 2012. As perspectivas eram boas. Em princípios de 2001, porém, o governo norte-americano avisou que estava abandonando o Protocolo de Kyoto. Muitas pessoas ficaram chocadas, visto que os Estados Unidos, com menos de 5% da população mundial, produzem cerca de um quarto das emissões de poluentes. E outros governos estão demorando para ratificar o tratado.
O exemplo acima mostra como é difícil para os governos chegarem a soluções significativas. Não é fácil fazer com que vários governos se sentem à mesa de negociações, e mesmo então não é fácil conseguirem chegar a um consenso quanto a como lidar com questões ambientais. Mesmo quando se assinam tratados, algumas das partes podem mais tarde romper o compromisso firmado. Outros acham difícil fazer cumprir esses acordos. Em certos casos, os governos ou as companhias acham que não têm condições de assumir as despesas envolvidas no processo de restauração do meio ambiente. Em alguns lugares, o problema todo é, pura e simplesmente, a ganância — corporações poderosas pressionam os governos para que não sejam tomadas medidas que reduziriam seus lucros. É bem sabido que muitas empresas e companhias só querem explorar os recursos naturais ao máximo, sem se importar com as conseqüências a longo prazo.
Para complicar a questão ainda mais, nem todos os cientistas estão de acordo acerca da gravidade dos efeitos que a poluição terá sobre a Terra. Assim, aqueles que estabelecem as políticas ambientais dos governos não sabem até que ponto devem restringir o crescimento econômico para controlar um problema que talvez nem seja tão grande como se afirma.
Pode-se dizer que a humanidade está num beco sem saída. Todos sabem que existe um problema e que algo precisa ser feito a respeito. Alguns países se esforçam muito nesse sentido, mas de modo geral, os problemas ambientais estão piorando. Será que o destino da Terra é se tornar inabitável para o homem?


fonte: Revista "Despertai"

quarta-feira, 21 de março de 2007

Reflorestamento Errado


A diversidade de espécies vegetais que consegue sobreviver dentro de um plantio de eucalipto é muito baixa. O eucalyptus globulos é nativo da Austrália e não do Brasil como pensa a maioria das pessoas. Essa espécie foi introduzida em nosso país pelos portugueses durante a colonização. É muito agressiva com outras espécies vegetais devido ao seu crescimento acelerado. Além de retirar toda água do solo ao seu redor, sua copa impede a passagem de luz dificultando o desenvolvimento de outras espécies. Torna-se difícil a formação de um sub-bosque rico. Os plantios também recebem aplicação de herbicidas para evitar as chamadas espécies “invasoras”.
Não há complexidade na cadeia alimentar nesse tipo de reflorestamento. Insetos e animais acabam sendo prejudicados pela falta de alimentos. A fauna existente ali é muito pequena e qualquer problema com uma delas pode causar um desequilíbrio ecológico.
Quando removemos uma mata, expomos o solo as piores erosões. Chuvas, ventos e a incidência direta dos raios solares castigam a terra. Mesmo com um reflorestamento feito de forma correta, é difícil que a floresta volte a ser a mesma. Ainda mais eliminando toda diversidade e reflorestando com uma única espécie. Dessa maneira não estamos solucionando problema algum.
O que mais revolta é que muitas vezes, os responsáveis por tal ação têm conhecimento de tudo isso. O fato é que financeiramente é mais viável, além de iludir a maioria das pessoas devido à falta de informação.
Por isso quando tiver a oportunidade de entrar em uma floresta de eucaliptos, note que o silêncio é semelhante ao de um camitério.


fonte de pesquisa: coluna "Giro Ecológico" do Rubão - Revista Bike Action

quinta-feira, 15 de março de 2007

Trekking - o essencial



A história do trekking é antiga e teve origem no início do século XIX. A palavra trek tem sua origem na língua africâner e passou a ser empregada pelos vortrekkers, os primeiros trabalhadores holandeses que colonizaram a África do Sul.
O verbo trekken significa migrar e carregava uma conotação de sofrimento e resistência física, numa época em que o único meio e locomoção era a caminhada.
Quando os britânicos invadiram a região, a palavra foi absorvida pela língua inglesa e passou a designar as longas caminhadas realizadas pelos exploradores em direção ao interior do continente.
Atualmente utiliza-se a palavra também em português, significando caminhadas em trilhas naturais em busca de lugares interessantes para conhecer, possibilitando um contato com a natureza. No Brasil, o trekking surgiu em 1992 em São Paulo, por amantes da natureza, que resolveram adaptar as regras dos enduros de bike, moto e jipe à caminhada ecológica.

As regras nas provas do trekking se assemelham as de um rally de regularidade. A equipe vencedora é aquela que consegue atingir com precisão o tempo estipulado da prova e perder menos pontos na contagem final, depois de apurados os tempos nas passagens pelos postos de fiscalização.
A perda dos postos durante a prova implica na penalização da equipe. A pontuação é computada da seguinte maneira: para cada segundo adiantado, perde-se 2 pontos, e a cada atrasado, há uma penalidade de 1 ponto. A equipe que no geral obtiver o menor número de penalidades sagra-se campeã.

quarta-feira, 14 de março de 2007

A História do Mountainbike

O Mountain Bike surgiu no final dos anos 70, quando um grupo de jovens ciclistas começou a freqüentar as trilhas das montanhas da Califórnia (EUA). Eram basicamente bikers de estrada, que começaram a buscar um novo estilo no ciclismo, uma alternativa às "magrelas" do asfalto. As trilhas e estradas de terra, mesmo longe de serem encaradas por bikes speed, acabaram por conquistar estes jovens ávidos por novas emoções.
Para Tom Ritchey, uma lenda no esporte, o responsável pela escolha da "terra" pelo "asfalto" foi Jobst Brandt, sendo o inspirador dele e de mais outros, como Gary Fisher. Muitas histórias contam que já houve experiências anteriores (nas décadas de 40 e 50) de utilizar a bicicleta em trilhas, mas não tiveram a expressão e a explosão que ocorreu no final dos anos 70.
Para poderem encarar as trilhas e despencar morro abaixo, e como não existiam quadros apropriados, passaram a utilizar quadros de bikes cruisers (muitos da marca Schwinn). Então, bastou acrescentar alguns componentes (câmbio, pneus maiores e freios mais eficientes), para iniciarem no novo esporte que começava a surgir. Cria-se assim, as formas básicas das mountain bikes.
Com o tempo, os grupos de praticantes do mountain bike foram aumentando em número e tamanho. E aos poucos, provas foram sendo organizadas, e uma das primeiras competições do mountain bike (de que se tem registro) foi o Repack Downhill, um tipo de downhill realizado aos finais de semana em Mount Tamalpais (ou Mt. Tam), na Califórnia.
Famosa, passou a ser considerada a mola propulsora do esporte, reunindo competidores que buscavam novos limites, desafiando as precárias bikes e a técnica da época. Dali saíram os futuros atletas que marcaram o mountain bike, como Ned Overend.
Tom Ritchey e Gary Fisher foram, além dos primeiros a praticar, os que deram os primeiros passos para a comercialização do Mountain Bike. Tom Ritchey foi talvez quem mais contribuiu para o desenvolvimento de novos quadros e materiais para o esporte. Além de correr, construía e desenvolvia quadros e componentes artesanalmente (sendo ele o responsável pelo atual design dos quadros, tipo diamante, proveniente das bikes speed), ao lado de Gary Fischer que adaptou e desenvolveu vários componentes, como o câmbio. Ambos têm hoje suas respectivas empresas, a Ritchey e a Fischer Bikes.
Na união das potencialidades de cada um, mais a de Charles Kelly (que comercializava as bikes e hoje é um dos principais historiadores do esporte), criaram a Mountain Biker, primeira empresa a produzir, mesmo em escala reduzida, bicicletas destinadas diretamente para o novo esporte. Mas o esporte tomou o mercado quando Mike Syniard, fundador e presidente da Specialized, apostou no novo esporte e na sua potencialidade. Comprou alguns quadros fabricados por Ritchey e enviou-os para o Japão, para serem copiadas e produzidas em série. Cria-se então a StumpJumper, a primeira mountain bike de sucesso comercial e que mais tarde se tornaria um mito. A união de Ritchey com Syniard acabou por lançar o esporte ao mundo definitivamente. No setor industrial, muitas empresas surgiram e desapareceram, mas certamente algumas deixaram a sua contribuição na elaboração de novos projetos. A capacidade de expansão e assimilação do setor determinaram um novo ritmo no ciclismo.
A cada ano, inovações são anunciadas, levando as outras empresas a aperfeiçoarem cada vez mais os seus produtos. Isto nos leva a um alto nível de qualidade, favorecendo tanto o consumidor, como os atletas que dependem de um bom desempenho de seu equipamento. Suspensões, freios hidráulicos, novos materiais como o titânio, são alguns dos exemplos do que este setor é capaz de produzir, revelando a força e a potencialidade do mountain bike no âmbito industrial.
Como esporte, o mountain bike cada vez mais acumulou adeptos, sendo hoje encontrada em quase todas as regiões do mundo. Nunca um esporte se espalhou tão rápido. Isto talvez se deva ao fato de aproximar as pessoas cada vez mais da natureza, do prazer e da adrenalina propiciada ao praticante, e de contribuir no condicionamento físico.
Várias competições são realizadas pelo mundo, elevando o nível técnico e despontando vários "pilotos", e que hoje formam a elite competitiva do esporte. E o mountain bike passou, a partir de 1996, a ser um esporte olímpico, estreando nos Jogos Olímpicos de Atlanta. Isto evidencia a importância em que o esporte se encontra atualmente e quem sabe se eleve cada vez mais no futuro.
Depois dessas transformações, notamos a total consolidação do esporte e da indústria no mundo ciclístico, tendo um forte apoio, tanto das entidades públicas como privadas, e tendo um público que prestigia e fortalece cada vez mais o esporte.

FONTE: High Mountains

terça-feira, 13 de março de 2007

A verdade sobre o solo Amazônico

O mito da fertilidade
A idéia de que o solo amazônico é fértil, diz a revista Counterpart, é um "mito difícil de extinguir". No século 19, o explorador Alexander von Humboldt chamou a Amazônia de "celeiro do mundo". Um século depois, o presidente americano Theodore Roosevelt também achou que a Amazônia prometia boas safras. "Uma terra tão rica e tão fértil não deve permanecer ociosa", escreveu.
Na verdade, o lavrador que pensa assim como eles pensavam descobre que, por um ano ou dois, a terra produz uma boa safra, pois as cinzas das árvores e das plantas carbonizadas servem de fertilizante. Mas, depois disso, o solo fica estéril. Embora o verde exuberante da mata pareça indicar a existência de um solo fértil, o solo é, na verdade, o ponto fraco da floresta. Como assim?
Despertai! falou sobre isso com o Dr. Flávio J. Luizão, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia, especialista em solo de floresta tropical úmida. A seguir, alguns de seus comentários:
‘Diferente de muitos outros solos de floresta, a maior parte do solo da bacia amazônica não recebe nutrientes a partir de sua base, de rochas em decomposição, pois a rocha-mãe é pobre em nutrientes e profunda demais. Em vez disso, o solo recebe nutrientes de cima para baixo, da chuva e do húmus. Contudo, tanto as gotas de chuva como as folhas caídas precisam de ajuda para se tornarem nutritivas. Por quê?
‘A chuva que cai na floresta não é muito rica em nutrientes. Mas, ao atingir as folhas e escorrer pelos troncos das árvores, ela recolhe nutrientes das folhas, dos galhos, dos musgos, das algas, dos formigueiros, do pó. Quando essa água se infiltra no solo, já se transformou num bom alimento para as plantas. Para que esse alimento líquido não escoe simplesmente para os córregos, o solo detém os nutrientes, por meio de um emaranhado de raízes finas dispostas numa camada de vários centímetros debaixo da terra. Uma prova da eficácia disso é que os córregos que recebem essa água da chuva têm conteúdo nutritivo ainda mais pobre do que o próprio solo da floresta. Assim, os nutrientes penetram nas raízes antes que a água entre nos córregos ou nos rios.
‘Outra fonte de alimentos é o húmus — folhas, raminhos e frutos caídos. Cerca de oito toneladas de excelente húmus se forma por ano num hectare de piso florestal. Mas, como é que esses resíduos penetram no solo até o sistema de raízes das plantas? Os cupins ajudam. Eles cortam pedacinhos de folha em forma de discos, e os carregam para seus ninhos subterrâneos. Especialmente durante a estação chuvosa, eles formam um grupo laborioso, levando para o subterrâneo espantosos 40% de todo o húmus. Ali, eles usam as folhas para construir canteiros para o cultivo de fungos. Esses fungos, por sua vez, decompõem a matéria vegetal e liberam nitrogênio, fósforo, cálcio e outros elementos — nutrientes valiosos para as plantas.
‘O que é que os cupins ganham com isso? Alimentos. Eles comem os fungos e talvez engulam também uns fragmentos de folhas. Daí, os microorganismos nos intestinos dos cupins se encarregam de transformar quimicamente o alimento dos cupins, de modo que o excremento desses insetos vira um alimento nutritivo para as plantas. Portanto, a chuva e a reciclagem de matéria orgânica são dois dos fatores que sustentam e fazem crescer a floresta tropical úmida.
‘É fácil ver o que acontece se você derruba e queima a floresta. Desaparecem a copa para interceptar a chuva e o húmus para reciclar. Em vez disso, as chuvas torrenciais batem forte no solo desnudo, e seu impacto endurece a superfície. Ao mesmo tempo, os raios solares que atingem diretamente o solo aquecem e compactam o terreno. Com isso, as águas da chuva escorrem com facilidade, alimentando os rios, em vez de o solo. A perda de nutrientes de terras desmatadas e queimadas pode ser tão grande que os cursos de água perto dessas terras chegam a sofrer de excesso de nutrientes, pondo em risco a vida de espécies aquáticas. Obviamente, se deixada em paz, a floresta sustenta a si mesma, mas, a interferência do homem prenuncia desastre.’

fonte: revista "Despertai"